quarta-feira, 13 de maio de 2009

Preparando a chegada dos meses mais quentes





Comprei uns tecidos online na Ervilha cor-de-rosa de puro algodão, uns americanos, outros japoneses etc. e lembrei-me de que o meu neto em Junho com 3 meses ficará muito engraçado com camisinhas à rapazola.
Por agora só posso mostrar as camisas porque os calções com peitilho com outros tecidos comprados também online estão a ser feitos, esses para serem usados com camisolinhas lisas, porque os tecidos são coloridos e com desenhos.
Amanhã a minha neta vem cá a casa com os pais almoçar porque estão ainda de férias, também vou pedir a opinião à minha filha, do tipo de tecidos que quer para eu mandar fazer uns vestidinhos, sim porque eu comprei muitos pedaços de tecidos.
Estas actividades vão ser feitas em momentos de descanso, porque vou trabalhar mais assiduamente em Alpiarça para o desenvolvimento do serviço educativo e da realização da monografia sobre o José Relvas. Os Bombeiros continuam de vento em popa e eu estou a acelerar com a investigação. A pastelaria Primavera ficou muito contente com o livro e comprou perto de cinquenta para oferecer a alguns clientes.
Estou agora ocupada ainda com os papéis do IRS e do IVA. Que mês de impostos, de entrega e de pagamento. Que seca. Tantos impostos e não os vejo devidamente aplicados.
Outra chatice, a minha querida empregada que está comigo há vinte anos é um bocado meia bola e força, ela usa muito a partícula apassivante: partiu-se, estragou-se, manchou-se, etc.. Hoje coube a vez à maquina de lavar roupa que é de uma marca alemã excelente. Não despejava bem a água, ela com cara sabichona disse-me «está velha tem de se trocar», chamei cá um senhor daqueles reformados fantásticos que se especializam em arranjar máquinas não muito electrónicas, e o que é que encontrou? Encontrou o filtro sujo como se fosse um rio que apanhou uma descarga fabril ilegal: eram franjas de tapestes, moedas, restos de documentos subtraídos dos bolsos das calças que não foram cuidadosamente retirados e outros afins, amanhã já sei como é que vai ser a conversa: nunca ninguém me disse que era necessário limpar o filtro, mas como ela limpa o filtro da máquina de secar e da de lavar loiça, não sei como se vai justificar, oh mas ela tem imensas soluções na manga. Uma vez estava a limpar o pó e partiu uma jarra bastante antiga, eu ouvi o barulho e vim a correr, sabem o que é que ela me disse? « O aspirador deu uma volta sózinho e bateu na jarra, portanto estão a calcular partiu-se, outra vez ainda foi melhor, partiu uma peça defronte dos meus olhos, eu olhei para ela e espanto dos espantos via falar para o ar «ai, ai, hoje estão estão os dois a atazanar-me», eu perguntei o que é que isso queria dizer e ela respondeu-me furibunda, são os espíritos dos meus sogros que me estão a perseguir desde manhã, portanto foram eles que partiram o objecto. Perfeito, nem um professor formado em Harvard chegava a uma resposta tão pronta.
Ainda estou muito sobrecarregada de trabalho, ainda tenho muitas tarefas a cumprir, ainda estou muito pegada a compromissos. Não imaginei a minha vida assim depois de aposentada mas acho que é a melhor maneira de viver por causa do Alzheimer, «descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.» Temos de activar a memória e lutar pela juventude cerebral, de raciocínio e de criatividade. Exercitar a memória quando chegamos a uma certa idade é palavra de ordem.
Eu vou novamente exercitá-la e bem no próximo mês de Outubro, vou ser arguente de uma tese que me vai dar trabalho, mestrandos felizmente não tenho nenhum este ano porque pedi que me dessem pausa, mas que pausa.... é só trabalho do mais variado como podem comprovar, mas sinto orgulho nos mestres que já obtiveram o seu grau com a minha orientação.
Adoro esta mistura: teses, mantas de lã, arranjos de máquinas e olhar pelas alfaces, este entrosamento de trabalho manual com o trabalho intelectual lembra-me o camarada Mao, mas eu não sou nada simpatizante maoista, nem nunca fui, quando se descobre o que está por detrás desses regimes totalitários, as ilusões perdem-se todas. Sou uma aldeã contemporânea que de vez em quando vai à cidade e ao estrangeiro.

4 comentários:

Ilidio Soares disse...

"Temos de activar a memória e lutar pela juventude cerebral, de raciocínio e de criatividade. Exercitar a memória quando chegamos a uma certa idade é palavra de ordem". E é exatamente por conta disso que eu não paro de criar histórias. No papel ou em tempo real mesmo, que aliás são as mais saborosas. Como esse relato sobre a chegada dos tempos mais quentes. Que delícia isso. bjos

gaivota disse...

também ando de volta dos cheirinhos e tachos, e de fazer camisolas de malha e cortinas de renda, tudo em simultâneo, e à vez!
a aldeia/lugar é perto de loures, a caminho do cabeço de montachique, em casainhos!
nem vem no mapa! é um lugar simpático, com muito sol e ar puro!
ovelhas e burros... gente do campo, boa gente!
depois de 8 anos na parede,(tua vizinha) regressei à casa que já tinha há 25anos, remodelámos e cá estamos...
beijinhos

Anónimo disse...

Querida Anad
Gostei muito que não te tivesses lembrado de enfiar nesse rol o só-do-cu. É mesmo assim que eu me refiro a esses assassinos da minha alegria. Números? Não, obrigada. estou servida...
Miúda, dá goooooooosto ver a tua genica caramba. Aplausos...
Beijos driáticos mas não geriátricos(ainda não). Preserva-os. São especiais e não há à venda.
Dri

Anónimo disse...

Anad, garanto-te que a ti nenhum Alzheihmer se chega, mesmo que se chame Alois. É que tu acertaste naquilo que resulta para ti: manténs-te activa física e intelectualmente. Dessa forma afadigada, pões a senhora Doença e a sua amiga íntima Morte a milhas. Que vão chatear os ociosos inertes; esses abrem-lhes os braços e até as pernas. Chiça!
Empoleirada aqui em cima estou longe mas regozijo-me pelas tuas façanhas.
Olha que os trapinhos são mesmo giros. Sortudos esses netos...
Beijos de apreço mas sem preço.
Dri