segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sei que oscilo entre tomar atitudes pacíficas ou intervir frontalmente, entre as duas os pratos da minha balança, balançam...


Gostaria de ter tido ao longo da minha vida as atitudes de Gandhi, será muita pretensão dirão alguns, mas não, não me quero comparar a uma tão grande figura, não é nada disso, mas gostava de poder agir sem lutas ou palavras desnecessárias, mas por actos cheios de significado que dão força aos outros, comportamentos exemplares que são exemplos de vida, o que me agrada também nele é a coerência e a simplicidade, a atitude em relação ao outro, a ausência de posição de classe.
«Este termo, um dos principais ensinamentos do indiano Mahatma Ghandi, designa o princípio da não-agressão, uma forma não-violenta de protesto. Esta não deve ser confundida com uma adesão à passividade, é uma forma de ativismo que muitas vezes implica a desobediência civil. Gandhi descreveu o termo como: Tenho também a chamado de força do amor ou força da alma. Eu descobri o satyagraha pela primeira vez no inicio da minha busca pela verdade que não admitia o uso da violência contra um adversário, pois o mesmo deve ser desarmado dos seus erros com paciência e compaixão. Sendo o que parece ser verdade para um e um erro para o outro. E paciência significa auto-sofrimento. Assim, a doutrina passou a significar reivindicação de verdade, e não pela inflição de sofrimento sobre o adversário, mas sobre si mesmo.»Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mas não, eu oscilo entre este ideal de Gandhi e uma intervenção mais directa, mais frontal, tenho uma profunda revolta pela falta de igualdade de oportunidades e a impotência para resolver os casos mais prementes. Necessito de ideias acompanhadas de coerência de vida e denúncia das situações gritantes, mas a esperança acompanha-me sempre e acredito no azul ao longe, acredito em Deus e na Sua imensa compaixão. Não acredito nas pessoas totalmente boas nem totalmente más, acho que todos nós temos um pouco das duas e cabe a nós equilibrá-las. Até Madre Teresa de Calcutá teve dúvidas e confessou as suas fraquezas. Uma coisa são as palavras, outras os actos. Quando as pessoas se expõem como políticos têm de ser muito coerentes, sérios, credíveis por vários sectores, se são simples nas suas palavras, devem ser simples nos seus actos, nos seus pertences, na vida que escolhem. Há caminhos que têm forçosamente de ser percorridos de maneira diferente e esses pés que os percorrem têm de ser referências para outros pés que querem o mesmo percurso.
Eu não tenho nada contra as tias na política, conheço e sou amiga de algumas excepcionais, que estão fora da vida política, com caminhos exemplares porque de forma sincera despojaram-se da vaidade e soberba humanas e de uma forma natural encaram os outros como iguais, numa plena vivência cristã. Não têm lapsus linguae de uma forma frequente e eu acho que é nas entrelinhas que nós descobrimos muita coisa. É necessário estarmos atentos, por tudo isto vou desobedecer e não vou votar. Vou tentar por em prática o satyagrah.

4 comentários:

gaivota disse...

pois, mas gandhi foi único... recolhemos a sua experiência e história de vida e guardamos os seus ensinamentos, tentando melhorar algumas situações que se nos deparam...
beijinhos

história e arte disse...

Viva!! bons dias!!

subscrevo o q diz, tb eu careço de paciência para as escaramuças constantes entre os politicos, até a forma como comunicam entre eles m parece absurda!! Eu esforço-m para q os meus alunos comuniquem com respeito e educação, mas depois vêm como supostamente os nossos governantes (pessoas respeitadoras e educadas :) falam entre eles e eu fico sem argumentos!! :(


beijº

mariab disse...

li-te com atenção e gostava tanto que os nossos políticos fossem assim...
beijos

Anónimo disse...

Querida Anad
Balançar faz parte da viagem, miúda. O enjôo, também.
Agora, manter-se em equilíbrio bem plantado sobre os dois pés; acompanhar com harmonia, e se possível, com um pouco de elegância (mesmo se em calções...)os safanões, encontrões, empurrões e outras lesões sem cair borda fora SÓ M.E.S.M.O um Gandhi.
Eu finco desesperadamente as unhas à borda, faço uma cara estóica que às vezes parece corajosa, balanço ao sabor da cadência para não ir borda fora enquanto sorrio a uma ou outra companheira de viagem de quem me sinto mais próxima.
Não tenho fé, nada espero e não desejo caridade.
Cá de cima, do cesto da gávea, envio-te bons ventos para auxiliar-te na marinhagem.
Beijo fraterno
Dri