sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bom aqui vai o relatório da Madeira






Olha Dri estou a pensar em ti ao fazer este relatório sobre a minha visita à Madeira, fui convidada mais o meu marido pelas câmaras municipais do Machico e Santa Cruz, através de uma antiga aluna do mestrado de museologia. Na sexta-feira foi a vez do meu cara metade fazer uma conferência, estava muito calor e quando saiu, sofreu uma mudança térmica natural nas ilhas e apanhou frio e chuva, como ele é asmático e estava com bronquite, ficou com um febrão terrível e eu tinha que fazer no dia seguinte uma acção de formação a 32 monitores dos serviços educativos dos museus da Madeira e a professores. Vi-me numa situação dificil, ele nem queria ir a um centro de saúde nem me deixava dormir, com dores e paranóia de hospitais e médicos. Homens doentes, compreendes Dri?
Eu no dia seguinte não tive com meias medidas, arranjei um bom médico por milagre e disse na recepção do hotel «eu tenho de sair, mas está a chegar um médico que vai ver o meu marido que está doente, bata por favor à porta e diga: está aqui um médico que a sua mulher chamou e acrescentei, quer ele queira ou não queira o senhor empurre o médico para dentro do quarto» ainda bem que assim foi porque ele estava com uma bronquite infecciosa que ainda hoje está a ser tratada com antibióticos, depois de ter sido visto por outro médico em Cascais, ter tirado uma radiografia etc.
Tudo isto poderia ser um fim de semana estragado, mas não foi, ele tomou os antibióticos, eu depois da acção fui tratar do almoço dele, almoçei e fui com a minha querida ex-aluna dar uma volta pela ilha, estava muita gente da rua pois nesse dia era o desfile da festa da flor que para mim não era novidade, pois noutras visitas já o vi, assim como o Carnaval em que o Famoso Jardim ia vestido de romano e também os festejos do fim de ano. Foram umas sete visitas que eu já fiz a essa tua terrinha. Como não gosto muito de coisas com cheiro excessivo a turismo fui dar uma volta pela ilha, volta essa que no dia seguinte repeti com o meu marido, muito fragilizado coitado e com a nossa amiga, até à Calheta para visitar um edifício novo que eu ainda não tinha visto o Centro de Artes «A Casa das Mudas», um centro de arte contemporânea que tinha uma exposição cujo curador era Alexandre Melo, mas sinceramente não achei nada de especial, valeu a pena pelo edifício que tem um nome girissimo, há muitos anos um pai muito, muito rico tinha duas filhas, que eram herdeiras mais do que desejáveis, mas ele tinha medo que aparecesse algum caça fortunas e nunca deixou que as filhas saíssem muito de casa ou falassem com muita gente, ficaram assim apelidadas de «as mudas» e mudas assim ficaram até ao fim das suas vidas.
Limpei o olhar naquela paisagem, sabe sempre bem sair, mudar e guardar os vários azuis dos oceanos ou os verdes das montanhas na nossa memória.

3 comentários:

Isabel Victor disse...

«eu tenho de sair, mas está a chegar um médico que vai ver o meu marido que está doente, bata por favor à porta e diga: está aqui um médico que a sua mulher chamou e acrescentei, quer ele queira ou não queira o senhor empurre o médico para dentro do quarto»

Oh Ana, só tu ! Para grandes males, grandes remédios.
Um beijo de saudades

Adorei este teu relato. Adorei ...


:))


iv*

Pé na estrada disse...

Bom dia!! Pois já vi que a Madeira foi bom para as vistas e má para a saúde!!
Imagino que a gesta da flor tenha sido lindíssima. Um beijo grande e as melhoras para o marido
Conceição

Anónimo disse...

Querida Anad:
Que périplo o teu!... Não te faltou nada,hein? Nem sequer um marido doente... ou um médico. Vá lá...
Compreendo-te quando referes o "demasiado turístico". O Alberto João, bacoco dos cinco costados, adooooooora parvoíces regionais, a começar por ele próprio, está bem de ver. Estou contigo miúda. O melhor é o que acontece naturalmente. Detesto que me tentem impingir umas coisas como se eu tivesse escrito nas ventas "labrega". Odeioooooooooooo. E fujo dessa gente com as minhas melhores sapatilhas...
Obrigada por ires à minha florida terrinha, por te lembrares de mim no regresso e por o escreveres em público.
Daqui de xima, carinhosamente e com orgulhoso sotaque tripeiro, envio-te um ciciado olá feminino e feminista.
Fica bem.
Dri