Desejo I
Quando eu era muito nova
desejava muitas coisas,
rios a correrem por entre seixos,
plantas verdes e muito mar,
uma casa cheia de risos e canto de pássaros,
muitos livros, muita música e muita gente.
Desejava ainda mais coisas,
liberdade sem limites,
uma vida camponesa, colchas de algodão aos retalhos,
pratos de cerâmica colorida,
lãs com cheiro a mato a serem trabalhadas
por muitas mãos.
Bébés a nascerem,
panos de linho a embrulharem pão acabado de cozer.
Quando eu era muito nova,
queria aquilo que parecia simples e fácil de atingir,
descobri mais tarde que afinal eu queria
o sonho e o inantigível,
a ausência da dor e da tristeza.
Afinal eu queria qualquer coisa,
que não existe tal como a imaginamos,
eu queria o impossível...
Anad
4 comentários:
Miúda
Que bom não te contentares com a felicidade domesticada, pré-cozinhada pelos predecessores, pronta a ser consumida, digerida e evacuada!
Eu suspeitava que o possível era de menos para ti. Melhor, eu SABIA.
Embora, rapariga esperta, as «possibilidades» não me causem comichão ou nojo.
Acredita que te percebo em todos os motivos aqui expostos mais um quilião de outras razões ausentes do teu lindo texto.
Foi um prazer para mim meter o bedelho no teu tasco. Adorei.
Cuida-te, sim?
Beijos com sotaque
Dri
Mesmo assim há algumas alegrias. Todos temos momentos inesquecíveis que nos acompanham during a lifetime.
O interessante do passado é que ele forja o presente.Duvida? Olha ele aí, estampado,retratado, e sobretudo poetisado. Excelente. abçs
Querias o impossivel, dizias tu!!
Como se eu não conhecesse essa ansiedade, essa vontade de estar
a fervilhar no caldeirão da vida .
NÃO ESPERAS POR ELA, VAIS SEMPRE AO SEU ENCONTRO,ESPERANDO QUE TE SURPREENDA.
Talvez amanhã, porque não?
Tenho a Agenda tão cheia esta semana !! Talvez esta semana ?!
De qualquer modo seria apenas um pouco DE "AZUL" MAIS PERTO.
Gr. Bjoca
Mané
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