As comemorações cairam na banalidade e as medalhas atribuidas também. Sou realmente uma personagem que é hipercrítica e às vezes gostava de ser diferente mas é impossível com aquilo que vejo.
As medalhas deviam ser atribuidas a pessoas que contribuiram decisivamente para o enriquecimento de Portugal, a qualquer nível. Deviam ser atribuídas numa idade que marcasse um longo percurso na vida e que fossem verdadeiramente reconhecidas pela sociedade. Pessoas que tivessem contribuido para a descoberta da cura de doenças com projecção a nível internacional, pessoas que tivessem contribuido no domínio das artes e das letras com prémios internacionais, pessoas que tivessem contribuido feitos heróicos que honrassem o nome de Portugal. Deviam também ser condecoradas as pessoas anónimas que nas suas terras ao longo da vida contribuiram para o bem de estar dos outros.
Mas o que é que vejo? Jovens que em vez de receberem medalhas de mérito ou da cidade e depois seguindo o seu percurso se dê uma condecoração pelo desempenho ao longo da sua vida, não, dá-se logo uma condecoração, eu tenho visto isso ao longo dos anos. As condecorações e também as medalhas de honra dos concelhos (essas com cariz político) banalizaram-se através dos tempos. Além disso existem os proponentes que se tornam grandiosos aos olhos dos condecorados e ainda há as pressões e os conselhos ao ouvido do poder, enfim muita coisa vai mal neste reino e não há dúvida que só as associações de cidadãos e cidadãs de boa vontade podem salvar isto. Desta vez o Presidente Cavaco Silva não irá ter o lapso do «dia da raça» porque alguém já lhe deve ter dito: «Espero que um dia as pessoas se convençam que há apenas uma raça, a raça humana, da qual todos somos membros.Margarett Atwood, escritora canadinana»
2 comentários:
apesar de tudo... minha amiga, é o dia da raça, dia de Camões, dia de todos dizermos bem alto VIVA PORTUGAL!
beijinhos
Não sei, sinceramente, de onde vem esse costume. Nas artes, principalmente. Mas me incomoda também.abçs
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