Começo a compreender que alguns museus têm similitudes com partidos políticos. Só convidam para debates, projectos ou outros quejandos, os do grupo, aqueles que no momento são importantes por várias razões; ou porque são da mesma cor política, ou porque querem fazer currriculum ou trabalho para o mestrado ou doutoramento e eles ajudam nesse objectivo, ou porque os meios académicos ou grupos de investigação aos quais estão ligados lhes servem que nem um vestido de alta costura para as actividades que desejam desenvolver: um segundo emprego, dar aulas numa universidade, alcançar um lugar de poder em qualquer instituição, serem arguentes nas suas teses e preencherem nos seus museus actividades e projectos que depois vão descrever nessas mesmas teses.
Os museus retratam também o estado da nação. Nas instituições, os nomes dos que tomam o poder são sempre deste ou daquele grupo que gira à volta desse mesmo poder, sempre à espera de serem chamados, mesmo que dirigentes máximos nunca tenham feito um museu, mesmo que professores universitários que dão aulas de museologia, nunca tenham concebido uma única exposição.
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