segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma experiência boa, outra má, outra boa e outra ainda boa e assim se passam os dias, é preciso aproveitar o que a vida nos dá.


Ontem fui com a minha neta Francisca ao Oceanário e foi uma experiência muito boa. Aquele mundo aquático e imenso impressionou a garota e ela disse-me «isto é uma televisão muito grande» e era na verdade um grande ecrã cheio de peixes das mais variadas espécies. O espaço gigantesco, a escuridão e os barulhos assustaram um pouco os seus três aninhos feitos recentemente, mas a pouco e pouco foi gostando cada vez mais do que a rodeava, de repente mesmo junto do vidro que nos separava dos peixes aparece o gigantesco peixe lua, misterioso e branco, a Francisca nem queria acreditar. Gostou imenso dos pinguins e do Eusébio e da Amália, mas senti que ficou aliviada quando saiu. Foi uma experiência para se ir repetindo a pouco e pouco, é muito importante que ela conheça o mundo que a rodeia.
Hoje fui com uma tia velhota do meu marido, que está muito doente, a uma consulta de neurologia no Hospital de Santa Maria e fiquei horrorizada com a experiência que eu vivi. Cheguei lá às 10horas, para ela ter uma consulta às 10h20m e só fui atendida às 12h50m, por um médico rodeado de alunos, ele não queria atender a idosa, porque pasmem, o colega neuro-cirugião tinha colocado na marcação da consulta, um despiste de Parkinson e ele queria que ela voltasse ao médico anterior para ele justificar o que tinha escrito. Discuti a sério com ele, como é possível que passado um ano depois de ter percorrido psiquiatras, clinicos de medecina interna, tínhamos de voltar ao princípio, sendo ele neurologista e que poderia marcar novos exames. Claro que ele a atendeu, e deu uma lição aos seus alunos, numa consulta que demorou 40m e no final marcou uma tac ao crânio. Ficou muito aborrecido comigo e eu ralada, hei-de sempre discutir com todos os profissionais de saúde pública que não respeitam os cidadãos devidamente. Imagino as pobres idosas e idosos que vão ao hospital sem companhia, como serão tratados? Que falta de compaixão.
A seguir fui com a minha amiga Mané almoçar ao japonês e que bom que foi, rimos e conversámos muito, é sempre tão bom estar com esta amiga, depois achei que ela tinha que conhecer a clínica onde eu vou para fazer tratamentos de medicina chinesa e ela fez uma boa massagem Tui-Ná, mas antes comprei uma saia no Corte Inglês, da Helena Miró, bem gira. Quando vinhamos a descer uma italiana perguntou-nos onde era o Corte Inglês. Primeiro dissemos «destra», depois «sinistra» e finalmente «destra», que afinal era «sinistra». Confusões de duas jovens aposentadas, espero que quando ela tenha chegado ao cimo da «destra», tenha olhado para a «sinistra».
Para terminar o dia fui comprar os meus medicamentos homeopáticos e depois fui à aula de desenho de nú, que tinha pensado em faltar e foi uma bela experiência, o professor disse-me que eu tinha melhorado muito, estou a treinar a mão e já se nota. Coloquei nos desenhos as datas e vou vendo a evolução. Quando eu tiver um desenho apresentável coloco-o aqui.
E assim se passaram dois dias muito agitados, com muitas coisas boas e uma má. Tirei partido de tudo e agradeci como faço todos os dias, tudo o que tenho.
Começei a reler o «Barranco de Cegos» de Alves Redol, para me preparar para a visita do dia 5 de Dezembro, ao Ribatejo, com a Comunidade de Leitores.

2 comentários:

gaivota disse...

ontem o meu dia foi para esquecer...
os meus netos conhecem o oceanário de cor e salteado! eu aidna não fui lá!lololololol
mas com essas sinistras e destras, será que a signora deu com o corte inglés???
beijinhos

Anónimo disse...

Oh Anad, anoto que navegas a todo o vapor no teu mar quotidiano. Treinar a mão era meeeeeeeesmo o que te faltava. Ainda que seja para desnudar a lápis, no papel... a nudez exposta aos teus olhos analíticos e, espero, pudicos. Talvez assim saibas distinguir, de maneira menos "sinistra", a tua esquerda da tua direita. Se calhar sentes, tal como eu, alguma repugnância pela "esquerda" dos italianos. Que não te sinistres, já está bem para mim.
Quando referes a falta de respeito dos médicos para com os seus pacientes idosos não posso estar mais de acordo. Só acrescento que ela é extensiva aos pacientes de todas as idades. Sei que não devo generalizar, é errado. Mas digo-te que já ameacei participar, mais do que uma vez, da forma abusiva, deseducada e desrespeitosa com que fui atendida e tratada por alguns(umas) médicos(as).
Há muita arrogância, muita jactância, muita cagança e muita falta de ética profissional por parte de alguns médicos(as). Um raio que os(as) parta e os(as) deixe em fanicos.Cá terei o meu pé direito, prontinho e em boa forma, para pontapear os pedaços.
Aguenta-te à brocha miúda e não desmaies nem desanimes.
Fica bem. Beijos obesos.
Dri
Vo